terça-feira, 7 de outubro de 2008

σ σяfαиαтσ

O filme começa inocentemente, como se fosse apenas mais um de sessão da tarde. A partir da segunda fala, você percebe que não vai ser assim por muito tempo...

O ORFANATO
Diretor: J.A. Bayona
Produtor: Guillermo del Toro
Distribuidora: Warner Bros. Pictures de España
Ano: 2007
Gênero: Drama/Suspense


Laura passou os anos mais felizes de sua infância num orfanato à beira do mar. Trinta anos depois, ela retorna com seu marido, Carlos, e Simon, o filho de sete anos, com o sonho de restaurar e reabrir o orfanato há muito abandonado como abrigo para crianças inválidas. O novo lar e seus mistérios despertam a imaginação de Simon e o menino cria brincadeiras perturbadoras. Carlos permanece cético, mas Laura aos poucos se convence de que algo terrível vagueia pela velha casa, algo que espera emergir e infligir danos extremos à sua família.

COMENTÁRIOS

O filme começa feliz, descontraído, mas nem por isso você pode deixar de prestar atenção. É um filme que a cada minuto tem referência à uma cena anterior. Simon, coadjuvante, apesar de ter uma meiguice no olhar, dá arrepios em seus momentos de frieza.

O filme vai se encaixando aos poucos. É preciso notar com atenção cada detalhe, como o comprimido que Simon toma ao se levantar, como as conchas que ele marca o caminho de casa e muitas outras "pontas" soltas, mas que no final se ajeitam.

Na cena em que a mãe conta a história da luz invisível do farol, temos uma referência de como as mães são capazes de imaginar as mais incríveis loucuras para nos deixar tranqüilos. Já uma referência ao desleixo do pai para com o filho são as repetidas cenas onde o pai, ao ouvir a criana chamar por alguém, diz que é sua vez de ir ao quarto do filho; mas nunca consegue se levantar.

Destaque para o melhor do filme:
1: A angustiante e apreensiva cena onde a mãe conversa com a criança mascarada no corredor do 2º andar,
2: A engraçadíssima fala de Simon quando seus pais o sentam numa cadeira para lhe contar a verdade,
3: A mais-que-perfeita cena da primeira caça ao tesouro,
4: A sinistra tomada da perambulação da médium pelo orfanato.
Além disso, a trilha sonora, o jogo de luzes, e as paisagens perfeitamente escolhidas - e que lembram o filme "Escuridão" - também estão de parabéns.

O filme começa bem, e consegue prender o espectador até o fim, não caindo em nenhum momento, o meio é empolgante e, o final, nada mais que chocante, além de ser ao mesmo tempo bonito e inteligente. Os diretores e escritores de suspense norte-americanos poderiam realmente pegar aulas com essa turminha da Espanha, que atualmente vem batendo de 10x0 nas produções de Hollywood.

Nota: 9,2