sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

нσмєм-αяαинα ιιι


Único. Essa palavra pode descrever todo o filme. Completamente diferente dos outros dois, este soube aproveitar elementos que deram certo e descartar alguns que não foram tão bons, o que - mesmo assim - não conseguiu evitar algumas inconsistências na história. É um filme único, mas que sofre de transtorno bipolar.
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HOMEM-ARANHA 3
Diretor: Sam Raimi
Produtor: Columbia Pictures/Marvel Enterprises
Distribuidora: Sony Pictures Entertainment
Ano: 2007
Gênero: Aventura
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Peter Parker conseguiu encontrar um meio-termo entre seus deveres como o Homem-Aranha e seu relacionamento com Mary Jane. Porém o sucesso como herói e a bajulação dos fãs, entre eles Gwen Stacy, faz com que Peter se torne auto-confiante demais e passe a negligenciar as pessoas que se importam com ele. Porém a situação muda quando ele precisa enfrentar Flint Marko, que possui ligações com a morte do seu tio Ben. Tendo que lidar com o sentimento de vingança, Peter passa a usar um estranho uniforme negro, que se adapta ao seu corpo.
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COMENTÁRIOS
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É difícil falar sobre Homem-Aranha já que desde que eu era pequeno, ele sempre foi meu herói favorito. Nesse filme, muitas coisas mudam, inclusive a visão do diretor sobre o público. A platéia é tratada com mais respeito, o tema sentimental é mais bem desenvolvido (não tanto quanto poderia), a história é mais madura e, sim, forte. É aí que está o problema. Tio Raimi não sabe quando é hora de deixar o tom infantil de lado para agradar aos adultos, ou quando deve esquecer um pouquinho dos adultos e voltar sua atenção aos pequenos.
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A maior inconsistência do filme se dá na questão sentimental. É inegável que a história está mais trágica e pesada, mas mesmo assim consegue provocar boas risadas. O filme provoca confusão - e até aborrecimento em alguns, como no meu caso - ao não deixar claro qual o gênero que querem trabalhar nele. Um momento excelente de drama é repentinamente seguido por uma sequência de comédia excêntrica e vice-versa. Esse "transtorno bipolar" é o que não permite ao diretor aprofundar mais nos sentimentos dos personagens, o que dá no público a sensação de que os personagens não têm uma personalidade definida. Contanto, isso pode ter sido apenas uma consequência de outro problema: O excesso de histórias que quiseram contar em pouco mais de duas horas.
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Toda a série do Homem-Aranha poderia ter rendido uns oito (bons) filmes de duas horas. O que parece ter acontecido neste terceiro foi que quiseram resumir toda a história da série em um único filme caso não pudesse haver um Homem-Aranha 4. O relacionamento entre Peter e Mary Jane parece ser o centro da trama da terceira película, mas a partir do momento em que descobrimos a verdade sobre o assassinato do Tio Ben, o tema fica em segundo plano, porém, consegue ser bem trabalhado. Junto com a descoberta do "verdadeiro" assassino de Ben, a vingança começa a se apoderar de Peter e ele parte em uma busca amargurada ao encontro do bandido. Esse seria outro tema que poderia ter rendido muito mais se não fosse pela necessidade da presença dos vilões. Já não bastasse o Homem-Areia, Harry e Edward chegam para completar o "trio do mal", tornando todo o resto da história um simples pano de fundo. Ao final, todas as histórias começadas são encerradas de maneira grandiosa ou, no mínimo, satisfatória, mas com a típica sensação de que estávamos correndo contra o tempo. O que não é necessariamente um fator negativo, já que isso nos impulsiona a querer chegar ao fim.
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As atuações estão ótimas: Tobey já conseguiu reprimir a cara de peixe morto boa parte das duas horas e quarenta minutos, Kirsten Dunst está mais sensível para o papel e James Franco está simplesmente impecável na nova personalidade de um Harry sem memória e mais brilhante ainda após recuperar-se da amnésia. Rosemary Harris continua interpretando perfeitamente a adorável Tia May, que toca cada um de nós com suas falas mais profundas. J. K. Simmons continua dando um show como J. Jonah Jameson e garante os momentos mais divertidos do filme. Topher Grace também sabe fazer o incrível Venom com um toque um pouquinho mais humano e amável que o dos quadrinhos.
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Os efeitos melhoraram absurdamente entre o último filme e este. A trilha sonora não mudou muito, o que continua deixando a música contagiante como sempre e até decorável para os fãs mais alucinados - eu aqui.
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Na minha última observação, só queria constatar que Homem-Aranha é o super-herói mais humano entre todos os que já foram criados e talvez por isso seja tão fácil se deixar viajar por seu maravilhoso mundo. Se pudesse dar um conselho às famílias em geral, lhes diria para assistirem a Homem-Aranha e extraírem para suas vidas nem que seja um pouquinho da(s) (várias) mensagem(ns) que ele passa. É um filme que faz rir e chorar, odiar e amar, mas, acima de tudo, perceber que algumas coisas na vida são difíceis de reconquistar após serem perdidas.
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Nota: 9,7

domingo, 8 de fevereiro de 2009

cαтινєιяσ


O filme pode parecer muito promissor no começo, mas ao decorrer do longa, percebemos que será apenas mais um "filme de sábado à noite", o que, contudo, não tira toda diversão que ele pode lhe proporcionar.

CATIVEIRO
Diretor: Roland Joffé
Produtor: Foresight
Distribuidora: Europa Filmes
Ano: 2007
Gênero: Terror

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Ficar presa em uma cela sem saber onde está nem porque foi presa. É assim que acorda Jennifer, a bela e conhecida top model. Assustada com a situação, ela tenta descobrir o que está acontecendo. O clima é apavorante. Aos poucos se revela que Jennifer não está sozinha. Na sala ao lado um rapaz também luta desesperado para ver a luz do sol. Os dois somam forças, mas em vão. O local é um Bunker de concreto repleto de armadilhas mortais. Cada erro pode custar uma vida. Um final eletrizante e surpreeendente está por vir.
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COMENTÁRIOS
O filme tem a pretensão de superar a franquia Jogos Mortais; muita publicidade foi feita e a campanha acabou gerando polêmica nos Estados Unidos - como qualquer besteira por lá gera. É um filme com roteiro bem simples: 1) Público descobre a protagonista 2) Ela é seqüestrada 3) Mantida em cativeiro e sob tortura 4) Fim.
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Não é um filme complexo nem difícil de entender. A trama em si - analisada como um todo - não surpreende como a sinopse diz, às vezes ainda é bem previsível, mas garante ótimos sustos durante todo o longa. Para aquelas pessoas que já são acostumadas com filmes de suspense/terror com um twist no final, o fim de Cativeiro não vai surpreender, contudo, para aqueles que assistem ao filme de cabeça aberta, sem esperar nada demais dele, podem acabar tendo uma surpresa.
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Não há muito diálogo no longa, apenas alguns gritos aqui e resmungos alí, o que aumenta ainda mais a tensão. As atuações, logicamente pela facilidade do roteiro, estão boas, porém o filme não consegue se livrar de um estereótipo crítico que todo filme de investigação tem: A satirização dos policiais. O filme não é tão violento quanto a publicidade sugeria, mas é bem desgostoso. Algumas cenas - como a vitamina de orgãos humanos - são de apertar o estômago e fazer parar de comer a pipoca com medo de que se possa passar mal. Os protetores dos animais certamente não vão gostar de uma parte do filme, que para quem tem o estômago forte, não passa de uma cena tensa.
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Por fim, a (escasa) trilha sonora está razoável, mas poderia ter sido mais bem aproveitada. Se houvesse um pouco mais de empenho pela parte dos produtores - como houve para a produção da excelente música tema -, ótimas composições poderiam ter integrado o filme.
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No mais, é um clássico filme que tenta causar a sensação de claustrofobia no telespectador e criar uma certa repulsa, às vezes dá certo, outras não - porquê Hollywood ainda insiste em usar os já manjados ratinhos brancos para causar repulsa? O filme tinha potencial para ser diferente de todos os outros sobre o mesmo tema, mas os roteiristas preferiram não arriscar e seguir a fórmula pronta. Se é melhor que Jogos Mortais ou não, isso é o telespectador quem decide.
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Como já explicado, não é um filme que merece o Oscar ou que vai entrar para o hall dos seus favoritos, mas que pode ser uma boa opção para um fim de semana chuvoso.
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Nota: 8