segunda-feira, 13 de abril de 2009

∂єιxє-α єитяαя


Um filme único, romântico, poético, depressivo e comovente. O melhor de tudo? Sobre vampiros!
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DEIXA-A ENTRAR
Diretor: Tomas Alfredson
Distribuidora: Castello Lopes
Ano: 2008
Gênero: Terror/Drama
Oskar tem 12 anos e é um garoto ansioso e frágil, constantemente provocado pelos colegas de classe. Com a chegada de Eli, uma garota séria e pálida da mesma idade, que se muda para a vizinhança com o pai, Oskar ganha uma amiga. Quando a cidade começa a ser assombrada por uma série de assassinatos e desaparecimentos inexplicáveis, o menino, fascinado por histórias horripilantes, não demora a perceber que a amiga é vampira. Os dois acabam se apaixonando e a vampira lhe dá a coragem para lutar contra seus agressores.
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COMENTÁRIOS
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Filmes sobre vampiros sempre atraíram minha atenção. De Vampiros de John Carpenter, passando por Drácula 2000 e Entrevista com o Vampiro até Crepúsculo, posso afirmar com certeza absoluta que nenhum outro filme sobre esse tema é tão tocante, belo e sensível quanto Deixa-a Entrar. Aqueles que estão acostumados com filmes de Hollywood, - totalmente desprovidos de emoção e nos quais há galões de sangue esguichando pelas paredes - não precisam nem continuar a ler este post. Deixa-a Entrar é um filme que precisa, antes de tudo, que o espectador queira entender, gostar e deixar-se levar pela história.
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A fotografia do filme é melancólica e perfeita para a história que se quer contar. Em alguns momentos, a paisagem cheia de neve e quase incolor nos transmite a sensação de pesar que toma conta da vida dos dois protagonistas, enquanto que em outros momentos de paisagens exuberantes, ela parece preencher o vazio que existe entre eles.
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A trilha sonora - quase inexistente - é um dos poucos defeitos do filme. Há sempre aquela sensação de que algo está para acontecer e, quando acontece, a trilha incidental não favorece muito as cenas. Talvez seja um artifício usado para aumentar ainda mais a nossa agonia.
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Sentimentalmente, Deixa-a Entrar é um filme muitíssimo pesado. Ele nos retrata a adolescência de Oskar, um garoto amargurado, reprimido pelo pai e violentado por colegas de escola. Do outro lado, além de adolescente, Eli é uma vampira - já não bastava ser um dos dois? - de muitos e incertos anos condenada a viver eternamente no corpo de uma garotinha. No filme, os dois lutam por aquilo que desejam e descobrem, com o passar do tempo, que precisam cada vez mais um do outro. Oskar deseja se vingar de seus agressores e Eli é a fortaleza que o ensina a ser bravo. Eli precisa de alguém que cuide dela e a ensine novamente a ver a beleza nos sentimentos que ela não pode sentir há muito tempo. É uma relação de dependência inteiramente pura e sensível, pelo menos por parte do garoto. Eli sabe, contudo, que não pode ficar perto de Oskar, pois isso põe em risco sua humanidade e, em um dos momentos mais belos do filme, abdica de seu amor para não condená-lo à vida eterna. Outra cena memorável e repleta de agonia é aquela em que descobrimos o que acontece a um vampiro caso ele entre numa casa sem ser convidado. A cena é forte e perturbadora, a ponto de vermos o desespero nos olhinhos de Oskar, que não sabe o que fazer para consertar a situação. Logo depois, temos um dos momentos mais românticos do filme.
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Falando em romance, está aí um dos três problemas do filme. Deixe-a Entrar é uma história tão carregada de sentimentos que não conseguimos encontrar um gênero certo para o filme, ficando em um meio termo entre o romance, o terror e o drama. Eu fico com o drama, se bem que em algumas partes o filme chega realmente a dar medo. Não aquele medo de sustos, claro, mas aquele medo de um perigo iminente e que nenhum personagem, por melhor que seja, está a salvo. O segundo problema são os cortes rápidos das cenas, em alguns momentos, chegando até a cortar as expectativas que criamos para o momento. Por fim, o que mais me aborreceu foi o excesso de independência dos personagens e o dinheiro ilimitado para fazerem o que derem na telha apesar de serem apenas adolescentes. Tudo bem que o final do filme é lindo, mas nada justifica tanta liberdade para que Oskar faça o que fez. No fim das contas, os pais de Deixa-a Entrar, que deveriam ser um empecilho para o relacionamento entre Eli e Oskar, são nada mais que meros figurantes que apenas entram para justificar tamanha depressão do garoto.
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Apesar desses três erros, o filme não perde sua glória. A mensagem que se tem ao final do filme é que muitos de nós têm vidas vazias até que alguém entre em nosso mundo e o transforma, nos fazendo ouvir, ver e sentir tudo aquilo que não podíamos simplesmente por não termos ninguém por quem valesse a pena viver. No amor, é preciso amar para ser amado. E é essa relação de dependência entre as duas partes que Oskar e Eli tentam nos fazer compreender.
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Nota: 8,7
P.S.: Raíssa, obrigado pelo download! \o/

4 comentários:

No! disse...

Comenta logoooo! Muuuiiitoooo booommmmm!

Ráah disse...

Concordo /\

(y')

(P.P) disse...

Filme Lindo!
Até que enfim, um filme de vampiros sem clichê, sem sexo, vinho, etc.
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Vampiros são realmente fascinantes, apesar da atual "banalização" (eu sei que você me entende!).
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Ótima análise!
Let's "Let the Right One IN"!

Ráah disse...

Lindo, lindo, lindo!!
Só falto uma trilha sonora pra da mais emoção ainda
kdopakdspaokdpa
também achei paia a parada dos pais serem meros figurantes =/
mas o importante é que o filme é bom e valeu a pena!
E de nada pelo download, creditos a mim \o/
kkkkkkkkkkkkk