quinta-feira, 27 de maio de 2010

σ ѕєqüєѕтяσ ∂σ мєтяô 123


Ninguém sabe como será o próprio dia ao acordar. Talvez tenha uma idéia do que fazer, para onde ir, que horário seguir, mas o destino e o acaso, apesar de parecerem antagônicos, trabalham juntos para tornar pelo menos um dia das nossas vidas surpreendente. É com essa possibilidade que este filme brinca tão bem.

O SEQÜESTRO DO METRÔ 123
Diretor: Tony Scott
Distribuidora: Sony Pictures
Gênero: Ação/Drama



COMENTÁRIOS

Ryder, um maníaco em busca de dinheiro, resolve seqüestrar um metrô em Nova Iorque e acaba fazendo pouco mais de uma dúzia de pessoas reféns. Ele contata o controlador de máquinas conhecido como Walter e logo começam a negociar a vida dos passageiros. Boa parte do filme acontece nos trilhos do metrô parado e no escritório de controle das máquinas, onde os dois – por desejo que Ryder, que só aceita negociar com Walter – passam muito tempo conversando e conhecendo melhor um ao outro numa estranha relação.

Os laços entre os dois acabam sendo reforçados quando Ryder descobre que Walter também é encrencado com a polícia. Percebe-se que a negociação a partir desse ponto é recheada de falas que remetem ao destino/acaso, ao heroísmo e à religião, como se um tivesse que confessar ao outro suas próprias falhas para conseguirem algum tipo de perdão masoquista. Ainda sobre laços, a relação entre os reféns poderia ter sido muito mais bem aprofundada, causando simpatia no público que, durante quase duas horas, nem sabe quem são eles.

Tecnicamente, o filme abusa – e não duas ou três vezes, mas muitas dúzias – do avanço de cenas com frames congelados, o que irrita quando se sabe que algumas delas ficariam bem melhores se rodadas normalmente, como o vôo do helicóptero, por exemplo. Porém, a decisão em mostrar quanto tempo falta para o fim do prazo estabelecido por Ryder é um grande acerto, já que aumenta ainda mais a ansiedade de quem assiste. O filme volta a pecar, contudo, no excesso de palavrões. É fucking no meio de nome, de comida, de dinheiro e até de declaração de amor. Tem para todas as ocasiões e todos eles soam artificiais demais.

Falando nos atores, a decadência de John Travolta não começou por agora, mas parece ter chegado ao ápice com esse filme, onde interpreta o seqüestrador do Pelham 123. Sua atuação é boa como em todos os outros filmes que fez, mas ele parece ultimamente não se importar com os tipos de papéis que aceita. De qualquer forma, consegue convencer como um maníaco que apenas queria dinheiro, perdão e um herói. Denzel, por outro lado, continua com uma excelente atuação e o papel de quase todos os seus filmes: o bom moço que acaba salvando o dia, o que, em comparação com Travolta, é um melhor lugar para se estar.

O Seqüestro do Metrô 123 já começa tirando o fôlego e tem potencial para ir ficando ainda melhor. É o tipo de filme que faz o público roer as unhas loucamente, embora tenha certeza de que vai acabar com o típico final certinho, tão adorado pelos estadunidenses. Apesar de ter uma ótima ação, ele segue a fórmula do “bandido bom é bandido...” e do “simples trabalhador no meio de uma guerra que não é sua”, o que pode ser frustrante para pessoas que querem um filme memorável. Pode até ser, mas até 10 minutos antes do final.

Nota: 7,5

Um comentário:

Raah disse...

aaah
eu já vi esse filme, é legalzinho, mas nem lembro direito dele
serve pra passar o tempo :D
hihihi =P